11.11.10

À Danuza

Querida:
Gosto de pensar que seu Amado Quartier tornou-se o meu também.
De lá voltei há uma semana, mas se fechar os olhos  ainda posso ouvir o burburinho dos cafés do Boulevard Saint-Germain. Assim como ainda está em meus ouvidos o som das folhas amarelas de plátanos sendo sopradas  ao chão pelo vento já gelado que anuncia o pleno outono que a cidade vive, a caminho do inverno.
Saí do Brasil com seu livro Fazendo as Malas* embaixo do braço , decidida a conhecer de perto suas dicas do seu amado quartier.
Segui o roteiro por vários dias, um pouco por dia. Acho que não queria que acabasse logo, pois percebi que o trecho não era longo, sobretudo para uma incansável caminhante como eu .
O marido e a filha não toparam minha empreitada , resolvi então realizá-la sozinha todos os dias de manhãzinha. Colocava relógio para despertar. Sim! Dormir em Paris? Dormir em Euro? Jamais!
Munida de câmera fotográfica pendurada no pescoço e seu livro na mão, eu saí por vários dias de meu Hotel na Rue de Vaugirard , alegrinha e saltitante me sentindo em perfeita "liberté" pelas Rues!
Descia ora pela Rue de Rennes ora pela Rue de Sèvres.
Comecei por conhecer o Café Flore e o Café Deux Magots (p. 99).
Gostei do pique do Flore, sugestionada pela sua preferência, desconfio!
Ambos os cafés estão sempre lotados, cheirando a cigarro, muito cigarro, do lado de fora, mas cheirando a sanduíches, queijos derretidos e café maravilhoso do lado de dentro.
E o povo? des-co-la-do!
Parei em frente ao Flore e me permiti imaginar Sartre ou Beauvoir, alí , sentados, anonimamente (p.99).
Foi fácil localizar a Livraria La Hune e o Jornaleiro que brada manchetes (p.89).
Fiquei cerca de meia hora buscando o melhor ângulo para fotografar o jornaleiro, que não pára um minuto, entrando, saindo e conversando com seus clientes.
Não foi difícil avistar o Old Navy Bar e, alí mesmo, relí a sua história do uísque das 3 da manhã com os 23 "camisas-verdes" (p. 87).  E achei per.fei.ta.men.te  divertido!
Aproveitei para apreciar a escura Igreja de Saint-Germain des Prés e agradecer mais uma vez poder estar em Paris.
Conferi também o caro Café do Emporio Armani . Não me animei a ficar, estava encantada com o Café Flore. Ah! descobri a lojinha do Café. Lá se compra pequenos mimos com fotos, logo e charme do Café Flore: como  joguinho americano, bandejas, louça, etc.
 Fiquei de voltar pra comprar um cadeau pra mim mesma, mas não o fiz. Não lamento, me alegro , pois junto mais esta justificativa pra voltar. Ha!
O Marido e a filha me chamaram da jornada daquele primeiro dia, que continuaria no dia seguinte.
Fui com eles curtir outros lugares Paris afora, contando entusiasmada o que tinha curtido naquela manhã.


Placa da Praça, em frente à Igreja de Saint-German
 

O Old Navy bar da madruga
 


Igreja de Saint-German des Prés
 





Café Armani - o caro
 





Café de Flore - o preferido dela
  



Café DEux Magots
 


Livraria La Hune
 


O Jornaleiro
 


 Esse post continua...








 * -Fazendo as malas. Danuza Leão. Companhia das Letras.2008.135p.

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